Tuesday, December 27, 2005

ausências. texto dois.

levantou-se da cama onde estava afundada em meio a travesseiros e edredons. foi até a enorme janela ao lado. os pés pisavam aquele novo conhecido, mas já tão familiar chão frio. quando abriu as pesadas cortinas revelaram-se vasinhos com ‘plantinhas bebês’ como ele havia dito. sorriu um sorriso bobo e voltou o olhar pra ele que dormia profundamente, roncava.
menino tímido, doce, meigo.
amou o no instante que o conheceu na turbulência do metrô. assim como amou as plantinhas quando as viu, assim como amou a camiseta com pasta de dente, a máquina fotográfica e a arte que saia dela pela visão daquele menino, assim como amava aquela ‘casa de mentira’...
o sorriso dele a encantava.
o formato da boca dele quando sorria transformava seu rosto, o iluminava. nunca era um sorriso de boca inteira, ele sorria pela metade, sorria ao contrário, do avesso; sorria pra dentro, sorria pra ele; sorria... só pra ela. era um sorriso que fazia os olhos dele brilharem, e que o deixava todo vermelho quando ela dizia que queria que ele ficasse em São Paulo.
suspirou e desejou aquela vida para sempre...

teve a tal vida desejada por cerca de mais 22 minutos e algumas ligações de celular perdidas semanas depois.

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